Sustentabilidade espacial depende de cooperação internacional, aponta secretária-geral da ITSO

Renata Brazil-David. Foto: American University Washington College of Law (AUWCL)

A sustentabilidade espacial depende de uma grande cooperação internacional. Esse foi o ponto central da palestra que Renata Brazil-David, secretária-geral da International Telecommunications Satellite Organization (ITSO), fez no evento "Diálogos Pré-COP30: Sustentabilidade Espacial", que aconteceu nesta terça-feira, 21, no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém do Pará.

Brazil-David afirmou que nunca foi tão necessário discutir o ambiente especial, já que cada vez mais as conexões via satélites estão se inserindo no cotidiano das pessoas pela conectividade. Além disso, também é crescente o número de constelações de satélites de baixa órbita, o que tem levantado preocupações de diversas organizações internacionais.

No evento, a brasileira que comando a ITSO disse que espaço deve ser usado para beneficiar todos os países, atendendo interesses de todos os envolvidos, e que a governança cooperativa deste ambiente é a chave para garantir um acesso equitativo e responsável a todos.

"Hoje temos 13 mil satélites ativos em órbitas. Elas [órbitas] estão se tornando extremamente congestionadas. E isso aumenta o risco de colisões. Temos visto uma concentração de posições orbitais e desigualdades de acesso", disse Brazil-David.

Para ela, que atua no setor há 14 anos, o domínio orbital não pode ficar na mão de poucos e a saída para evitar isso seria uma grande cooperação internacional, onde um compromisso global de garantir um ambiente espacial sustentável e sem riscos para a sociedade precisaria ser firmado por todos os países.

"Atualmente, não existem leis internacionais vinculantes. E quando falamos de sustentabilidade, estamos falando em dimensões políticas, sociais e técnicas. Nesse sentido, é importante estimularmos a cooperação internacional para garantir a sustentabilidade espacial. O espaço deve ser usado para beneficiar todos os países, atendendo interesses de todos", afirmou.

"A governança cooperativa é a chave para garantir uma acesso equitativo e responsável ao espaço. Os operadores devem tratar a sustentabilidade espacial com responsabilidade e compromissos, pois precisamos cuidar do espaço como cuidamos do planeta. A sustentabilidade espacial é responsabilidade de todos", finalizou Renata Brazil-David.