O Rio Grande do Sul vai receber quatro fábricas de semicondutores até 2029, consolidando-se como um polo de microeletrônica do país. O investimento, estimado em R$ 1 bilhão, será realizado pela Tellescom, que escolheu Cachoeirinha (região metropolitana de Porto Alegre) para sediar as unidades voltadas ao encapsulamento de chips. A estimativa é de criação de 1 mil empregos diretos e 3 mil indiretos.
O anúncio de aportes da Tellescom integra o Book de Investimentos e Oportunidades em Inovação, lançado hoje, 20 de outubro, pela Invest RS durante o evento em São Paulo. O documento reúne mais de 50 projetos públicos e privados em setores estratégicos — incluindo semicondutores, energia verde, venture capital e formação de talentos — e soma R$ 7 bilhões em investimentos previstos. Desse total, R$ 3,7 bilhões já estão comprometidos em projetos estruturantes.
Ecossistema de microeletrônica
Metade das fábricas de semicondutores em operação no Brasil já está localizada no Rio Grande do Sul. Além da Tellescom, a Chipus Microeletrônica confirmou R$ 250 milhões em cinco anos para instalar um centro de P&D no estado. “A presença da Chipus no Rio Grande do Sul representa a chance de acelerar a formação de um cluster de semicondutores nacional”, disse Murilo Pessatti, CEO da companhia.
Energia verde e capital de risco
Entre os demais projetos do portfólio anunciado hoje, a BeGreen anunciou três plantas de amônia verde em Passo Fundo, Condor e Tio Hugo, totalizando R$ 150 milhões em investimentos. No campo do capital de risco, o Quartzo VC6 — fundo de US$ 100 milhões, resultante da fusão entre TM3 Capital e Invisto — terá foco em deeptechs. Já os bancos BRDE e Badesul preparam FIPs com previsão de R$ 70 milhões até 2026 para startups gaúchas.
Formação de talentos e infraestrutura
A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT-RS) concentra R$ 258 milhões em programas como RS Talentos, Professor do Amanhã e Doutor Empreendedor, voltados à qualificação de profissionais em tecnologia. O Estado também oferece 300 mil m² em 20 polos de inovação para instalação de empresas e centros de pesquisa. O Fundo Amanhã, endowment da UFRGS, tem meta de R$ 5,1 milhões até 2027 para fomento à pesquisa e bolsas de estudo.
Para Rafael Prikladnicki, presidente da Invest RS, “O Rio Grande do Sul tem um ecossistema maduro e conectado que une universidades, centros tecnológicos e indústrias de ponta. Este portfólio mostra que já vivemos a transição da indústria tradicional para a economia baseada em inovação”.
Eduardo Lorea, vice-presidente da Invest RS, completou: “Não estamos falando de intenções, mas de projetos concretos, com capital comprometido e impacto real. O portfólio é uma vitrine para investidores que buscam negócios sustentáveis, competitivos e conectados às cadeias globais”. (Com assessoria de imprensa)