A Kaspersky emitiu um alerta sobre um novo golpe identificado na Europa, conhecido como “golpe do espelhamento de tela”, que pode em breve atingir usuários brasileiros. O ataque aproveita uma função pouco usada do WhatsApp, o compartilhamento de tela durante chamadas de vídeo para capturar informações sigilosas, como senhas e códigos de verificação.
Como o golpe acontece
O ataque segue um padrão clássico de engenharia social. Os criminosos ligam fingindo ser representantes de bancos, atendentes de suporte técnico ou até contatos conhecidos. Durante a ligação, pedem que a vítima compartilhe a tela para “corrigir um erro” ou “verificar um problema”. No momento em que o usuário aceita, o invasor passa a visualizar códigos OTP, notificações e senhas exibidas no celular.
Com o código de verificação do WhatsApp visível, os golpistas conseguem registrar o número da vítima em outro aparelho e tomar o controle da conta, passando a enviar mensagens para contatos em nome dela — geralmente para pedir dinheiro ou aplicar outras fraudes.
Reação da Meta e medidas preventivas
Diante da escalada de casos, a Meta anunciou novos recursos de segurança. O WhatsApp agora exibe alertas antes de iniciar o compartilhamento de tela com contatos desconhecidos, avisando que “o destinatário poderá ver todas as informações exibidas no dispositivo, incluindo dados sensíveis”.
Recomendações da Kaspersky
A empresa aconselha os usuários a adotarem práticas simples, mas eficazes, para se proteger:
- Ativar a opção “Silenciar Chamadas Desconhecidas” (Configurações > Privacidade > Chamadas).
- Evitar compartilhar a tela com desconhecidos, mesmo que a ligação pareça legítima.
- Desconfiar de ligações urgentes vindas de supostos bancos ou empresas.
- Nunca informar códigos OTP, PINs ou senhas a terceiros.
- Habilitar autenticação de dois fatores (2FA) em aplicativos de mensagens e bancos.
- Utilizar ferramentas de segurança como o Kaspersky Who Calls para bloquear ligações suspeitas.
Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky na América Latina, alertou que o golpe “é facilmente replicável” e ressaltou: “Apesar de ser um recurso útil em casos legítimos de suporte, o compartilhamento de tela pode expor mais do que o usuário imagina. A recomendação é simples: jamais utilize esse recurso com desconhecidos”