A Anatel considera importante que o leilão da faixa de 6 GHz, programado para 2026, aconteça o quanto antes. " Essa é a única faixa que temos para o 6G e existe um movimento de antecipação da nova geração que o Brasil pode se antecipar", disse Vinícius Caram, superintendente de outorgas e recursos à prestação da Anatel durante o Evento NEO 2025.
Mas ele entende que, apesar do cronograma proposto pela agência, o cenário pode mudar a depender dos comentários e subsídios que forem trazidos na consulta pública do edital. Nesse caso, outra janela de venda alternativa seria fazer o leilão junto com a faixa de 850 MHz, em 2028.
A proposta da Anatel para a faixa de 6 GHz, até o momento, é licitar 700 MHz da faixa de 6 GHz em quatro blocos: três blocos de 200 MHz, pensados nas operadoras nacionais, e um bloco de 100 MHz para as operadoras regionais. Esse bloco regional seria complementado mais adiante, até 2030, com mais 100 MHz na faixa de 4,9 GHz.
700 MHz sem surpresas
Já o leilão da faixa de 700 MHz, que deve ser realizado este ano, não deve trazer surpresas. A aposta do mercado é que será uma faixa para os operadores regionais que já estão em atuação, sem potencial para atrair novos players.
"Esta frequência [de 700 Mhz] deveria ter vindo com o 3,5 GHz em 2021, porque é necessária para atender a base ainda muito grande de terminais 4G", diz José Roberto Nogueira, presidente da Brisanet.
Nogueira chama a atenção para o volume de investimentos que estão sendo demandados na operação móvel do grupo, em ritmo que deve ser mantido para o próximo ano, com a entrada da Brisanet na região Centro-Oeste. "Estamos investindo uma média de R$ 1 bilhão por ano na rede. No Centro-Oeste a nossa estratégia é só móvel, não vamos entrar com fibra", diz Nogueira.
Mas ele pondera que o governo precisa pensar urgentemente em políticas públicas para áreas rurais. "Os números [do IBGE] não batem. Nós estimamos que apenas 75% do mercado esteja de fato atendido por fibra". Para ele, o leilão de 6 GHz pode ser uma alternativa para atender a essa demanda. "Esse é um leilão que pode trazer pelo menos R$ 20 bilhões para políticas públicas".