Combate ao crime em telecom passa por atuação estratégica, diz promotor

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O promotor de justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Leonardo Otriera, lembrou durante o Evento NEO 2025, que acontece esta semana em Salvador, que o problema da atuação criminosa de provedores de Internet vem de antes do avanço das facções sobre o setor. "Temos que lembrar que já havia crimes sendo praticados por empresas que promovem a pirataria de conteúdo ou sonegam impostos", disse o promotor.

Ele lembra que, por muitos anos, houve uma visão romântica sobre práticas como a oferta pirata de conteúdo. " Quando a gente falava em GatoNet era uma coisa quase romântica, inofensiva, mas acho que hoje não estamos falando disso, estamos falando de um modelo empresarial violento e organizado que traz danos físicos e financeiros para o mercado e para os consumidores" .

Ele concorda que o problema da presença do crime organizado nas telecomunicações escalou:" Estamos falando de tomada de território, coerção, roubo de patrimônio e isso fomenta outros crimes de compra de drogas, equipamentos e recrutamento de novos criminosos. É um problema sério de segurança pública e isso está sendo enxergado (pelas autoridades). Trata-se de um desafio do Estado em várias áreas dos segmentos econômicos", disse.

Ele lembra que hoje a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro coordenada pelo Ministério da Justiça fala justamente da inserção do crime organizado em cadeias econômicas lícitas, como do mercado bancário, com as fintechs que atuam hoje como fachada do crime, ou provedores de telecomunicações clandestinos.

"O Estado brasileiro tem esse desafio: como vamos combater? As atuações mais bem sucedidas são de atuação estratégica, e não apenas atuação granular. Se há áreas em que o Estado não entra, imagina as empresas", disse. Para atacar esse problema precisamos conhecer o problema, com informação. Estamos fomentando parcerias.

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