“Senha que gira o PIX” estava com membro de quadrilha

A senha que “gira o Pix para as fraudes” estava de posse de um dos membros da quadrilha de oito homens presa pela Polícia Federal na madrugada do dia 12, sexta-feira, por suspeita de ataques a transações de PIX entre instituições financeiras e o Banco Central. A afirmação foi feita por um dos presos, em mensagem para a quadrilha, recuperada por peritos da Polícia Federal.

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Os oito estão em prisão preventiva, decretada pela Justiça de São Paulo. Os presos na operação da PF são:

• José Elvis dos Anjos Silva (disse que foi envolvido no caso e não sabia do que se tratava e que é motorista)
• Fernando Vieira da Silva (disse que é empresário, foi envolvido no caso e não sabia do que se tratava; sua defesa argumenta que o flagrante da Polícia Federal foi irregular por ter acontecido à noite e sem mandado judicial)
• Rafael Alves Loia (disse não saber “mexer” em computadores e que trabalha em cozinha industrial)
• Marcos Vinicius dos Santos (disse que foi envolvido no caso e não sabia do que se tratava)
• Klayton Leandro Matos de Paula (idem, admitiu que trabalha com software e pediu liberdade por ter a mulher grávida e quatro filhos)
• Guilherme Marques Peixoto (manteve silêncio)
• Maicon Douglas de Souza Ribeiro Rocha (disse que foi envolvido no caso e não sabia do que se tratava)
• Nicollas Gabriel Pytlak (disse que estava passeando em São Paulo)

Segundo o repórter Fausto Macedo, do Estadão, “o grupo foi preso em flagrante na noite da última sexta, 12, depois de obter um notebook de uma agência da Caixa Econômica. O computador permitia o acesso remoto à rede do banco. Com isso, a quadrilha de hackers planejava um novo golpe, segundo a Polícia Federal”. Apesar do uso da palavra “notebook”, as fotos divulgadas pela Polícia Federal após a operação mostram na verdade um mini PC cuja aparência é de um ThinkCentre M Tiny M93P da Lenovo, semelhante aos que são utilizados nas agências.

Computador na foto da PF

Modelo original Lenovo (2015)

Frente do computador

É uma máquina bem pequena, fabricada por volta de 2015, que opera em geral com Intel Core i5 e pesa 1,3 kg. O gabinete é quadrado, com largura de 179mm, comprimento de 182mm e altura de apenas 34.5mm. Os policiais contaram que “a quadrilha teria cooptado pelo menos um funcionário da Caixa, que lhe permitiu o acesso ao sistema do banco”, disse o Estadão: “Nesta sexta, a PF foi avisada por um gerente da Caixa de que um grupo de pessoas obteria credenciais para acesso externo ao sistema do banco em uma agência no Brás, na região central de São Paulo”.

Em seu despacho de prisão preventiva dos envolvidos, o juiz Caio José Bovino Greggio apontou risco de “reiteração criminosa” se os suspeitos fossem colocados em liberdade: “As figuras delitivas apuradas reclamam o uso de uma estrutura eletrônica sofisticada para sua consumação, circunstância que evidencia, em uma análise preliminar, que os investigados fazem da prática de crimes patrimoniais o seu ‘modus vivendi’”, argumentou.