Internet deve ficar mais cara em 2026

há 18 horas 251

Por que a internet deve ficar mais cara nos próximos anos

NFCom, retenção automática de impostos, ICMS por estado e maior custo operacional explicam a tendência de alta nos preços entre 2025 e 2027.

Resumo: novas obrigações fiscais (NFCom), “split payment” com retenção automática de tributos, carga estadual (ICMS) e exigências regulatórias aumentam o custo de operar redes. Parte tende a ser repassada ao consumidor, com intensidade diferente por estado e nível de concorrência local.

1) O que muda no caixa e no compliance

NFCom (Modelo 62) torna-se obrigatória a partir de novembro/2025, exigindo atualização de ERPs, assinatura/guarda eletrônica e integração fiscal. Já a retenção automática de tributos (“split payment”), prevista para 2027, desconta impostos no ato do recebimento por meios eletrônicos, pressionando capital de giro e custos de conformidade. Para provedores regionais, o impacto é maior: mais sistemas, consultoria, certificações e fiscalização — tudo isso encarece a operação e estreita margens.

2) Preços hoje: o mais barato x o mais caro (exemplos por UF)

Quadro ilustrativo com ofertas públicas recentes; valores variam por CEP, combo e período promocional.

UF / Cidade Oferta (velocidade) Preço publicado Observação
SP (capital/alta concorrência) Fibra 600 Mb R$ 49,90/mês por 6 meses promo → depois R$ 99,90 Ofertas agressivas no início; reajuste após fim da promoção.
AM (Manaus) 500 Mb R$ 89,90/mês Varia por bairro/CEP e presença de concorrentes.
MA (São Luís) 600–700 Mb R$ 99,90 a R$ 150,00 Menor competição e backbone mais caro elevam tíquete.

3) Impostos na mensalidade: por que a UF pesa

O ICMS de telecom é estadual e costuma ser aplicado “por dentro” (embutido). Em geral: SP ≈ 18%, AM ≈ 20%, MA ≈ 23%. Além do ICMS, incidem PIS/COFINS (~3,65%) e fundos setoriais como FUST (1%) e FUNTTEL (0,5%). Quanto maior a alíquota estadual, maior o tributo embutido no mesmo preço final — o que reduz a margem do provedor e pressiona reajustes.

Box — “Quanto vai subir?”

Estimativa didática combinando fim de promoção de 6 meses + pressão de custos em cenários de ICMS entre 20% e 23%. Os percentuais abaixo não são tabelas oficiais; servem como guia para planejamento de comunicação com o assinante.

Exemplo base (SP, alta concorrência): R$ 49,90 (promo 6 meses) → R$ 99,90 após a promoção.

  • Cenário ICMS 20% (ex.: AM): reajuste adicional estimado de +5% a +8% sobre o preço pós-promo ⇒ ~R$ 104,90–107,90.
  • Cenário ICMS 23% (ex.: MA): reajuste adicional estimado de +8% a +12% ⇒ ~R$ 107,90–111,90.

Metodologia simplificada: parte do aumento vem do término da promoção (retorno à tabela) e parte de pressão de custos/tributos (NFCom, compliance, fundos setoriais) e maior OPEX/CAPEX por usuário. Em mercados muito competitivos, provedores podem segurar preços por mais tempo; em mercados menos competitivos, o repasse tende a ser maior.

4) O que esperar até 2027

  • 2025: adequação à NFCom eleva custo de compliância e sistemas de faturamento.
  • 2026: normalização de ofertas com menos “superpromos” prolongadas fora dos grandes centros.
  • 2027: split payment reduz folga de caixa; maior disciplina tributária impacta fluxo e precificação.

Para o assinante: monitore o fim da promoção, avalie benefícios (velocidade real, Wi-Fi mesh, suporte) e compare ofertas por CEP. Reajustes sem melhoria percebida tendem a elevar churn — feedback ao provedor ajuda a calibrar pacotes.

Fontes e leituras