Por que a internet deve ficar mais cara nos próximos anos
NFCom, retenção automática de impostos, ICMS por estado e maior custo operacional explicam a tendência de alta nos preços entre 2025 e 2027.
Resumo: novas obrigações fiscais (NFCom), “split payment” com retenção automática de tributos, carga estadual (ICMS) e exigências regulatórias aumentam o custo de operar redes. Parte tende a ser repassada ao consumidor, com intensidade diferente por estado e nível de concorrência local.
1) O que muda no caixa e no compliance
NFCom (Modelo 62) torna-se obrigatória a partir de novembro/2025, exigindo atualização de ERPs, assinatura/guarda eletrônica e integração fiscal. Já a retenção automática de tributos (“split payment”), prevista para 2027, desconta impostos no ato do recebimento por meios eletrônicos, pressionando capital de giro e custos de conformidade. Para provedores regionais, o impacto é maior: mais sistemas, consultoria, certificações e fiscalização — tudo isso encarece a operação e estreita margens.
2) Preços hoje: o mais barato x o mais caro (exemplos por UF)
Quadro ilustrativo com ofertas públicas recentes; valores variam por CEP, combo e período promocional.
UF / Cidade Oferta (velocidade) Preço publicado Observação| SP (capital/alta concorrência) | Fibra 600 Mb | R$ 49,90/mês por 6 meses promo → depois R$ 99,90 | Ofertas agressivas no início; reajuste após fim da promoção. |
| AM (Manaus) | 500 Mb | R$ 89,90/mês | Varia por bairro/CEP e presença de concorrentes. |
| MA (São Luís) | 600–700 Mb | R$ 99,90 a R$ 150,00 | Menor competição e backbone mais caro elevam tíquete. |
3) Impostos na mensalidade: por que a UF pesa
O ICMS de telecom é estadual e costuma ser aplicado “por dentro” (embutido). Em geral: SP ≈ 18%, AM ≈ 20%, MA ≈ 23%. Além do ICMS, incidem PIS/COFINS (~3,65%) e fundos setoriais como FUST (1%) e FUNTTEL (0,5%). Quanto maior a alíquota estadual, maior o tributo embutido no mesmo preço final — o que reduz a margem do provedor e pressiona reajustes.
Box — “Quanto vai subir?”
Estimativa didática combinando fim de promoção de 6 meses + pressão de custos em cenários de ICMS entre 20% e 23%. Os percentuais abaixo não são tabelas oficiais; servem como guia para planejamento de comunicação com o assinante.
Exemplo base (SP, alta concorrência): R$ 49,90 (promo 6 meses) → R$ 99,90 após a promoção.
- Cenário ICMS 20% (ex.: AM): reajuste adicional estimado de +5% a +8% sobre o preço pós-promo ⇒ ~R$ 104,90–107,90.
- Cenário ICMS 23% (ex.: MA): reajuste adicional estimado de +8% a +12% ⇒ ~R$ 107,90–111,90.
Metodologia simplificada: parte do aumento vem do término da promoção (retorno à tabela) e parte de pressão de custos/tributos (NFCom, compliance, fundos setoriais) e maior OPEX/CAPEX por usuário. Em mercados muito competitivos, provedores podem segurar preços por mais tempo; em mercados menos competitivos, o repasse tende a ser maior.
4) O que esperar até 2027
- 2025: adequação à NFCom eleva custo de compliância e sistemas de faturamento.
- 2026: normalização de ofertas com menos “superpromos” prolongadas fora dos grandes centros.
- 2027: split payment reduz folga de caixa; maior disciplina tributária impacta fluxo e precificação.
Para o assinante: monitore o fim da promoção, avalie benefícios (velocidade real, Wi-Fi mesh, suporte) e compare ofertas por CEP. Reajustes sem melhoria percebida tendem a elevar churn — feedback ao provedor ajuda a calibrar pacotes.
Fontes e leituras
- Portal do Telecom — Nova era fiscal: retenção automática e NFCom
- Portal do Telecom — Pequenos provedores na corda bamba
- Anatel/MCom — documentação pública sobre ICMS, PIS/COFINS, FUST (1%) e FUNTTEL (0,5%).
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