A U.S. Space Force está desenvolvendo uma ferramenta baseada em inteligência artificial para identificar ciberataques em satélites monitorando diretamente o comportamento e a telemetria dos sistemas em órbita. A solução, chamada Cyber Resilience On-Orbit (CROO), será oferecida como software, com possibilidade de implementação em hardware, e tem previsão de disponibilidade para 2026.
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De acordo com Dick Wilkinson, cofundador e CTO da Proof Labs, o CROO busca complementar a segurança tradicional, que hoje se concentra principalmente nos links terrestres e criptografia das transmissões. “A proteção atual garante apenas os dados dentro do canal de comunicação. Não protege o satélite nem seus sistemas internos”, afirmou.
A ferramenta utiliza machine learning e dados sintéticos de telemetria de satélites, compilados por Big Bear AI a partir de modelos digitais desenvolvidos pela Redwire Space Systems. O conjunto de dados inclui informações como velocidades das rodas de reação, leituras de star tracker e ângulo do Sol registrado pelos sensores solares, simulando cenários normais e sob ataque.
O CROO foi projetado para identificar ciberataques mesmo quando os sensores do sistema comprometido continuam reportando dados normais, evitando ataques como o Stuxnet, que destruiu equipamentos mesmo com telemetria aparentemente normal. Entre os cenários simulados estão ataques à roda de reação e à bateria do satélite, essenciais para controle de atitude e operação da espaçonave.
Segundo Wilkinson, os testes realizados demonstram que alterações na telemetria física ou digital podem indicar intrusão ou sabotagem, permitindo ação preventiva. A ferramenta será disponibilizada tanto para operadores militares quanto comerciais e reforça a importância de monitorar os sistemas espaciais de forma contínua.