
A Anatel publicou este mês a versão 1.0 do Plano de Uso do Espectro de Radiofrequências com vigência de 2025 a 2032, comentou Vinicius Caram, durante o evento NEO 2025, que acontece em Salvador (BA). O documento consolida diretrizes técnicas e regulatórias, estudos prospectivos e projeções de destinação de faixas para serviços móveis, radiodifusão e aplicações emergentes como conectividade direta satélite-celular e Internet das Coisas via satélite.
Além de orientar a Agenda Regulatória 2025–2026, o plano é acompanhado pelo cronograma PRISMA (Planejamento de Referência para Implantação de Sistemas Móveis Avançados), que organiza por horizonte temporal as faixas que deverão ser objeto de leilão até 2036.
Abaixo, a tabela resume as principais faixas indicadas no PRISMA com data estimada de disponibilidade ou licitação:
| 700 MHz (blocos 2 e 3) | Até 2026 |
| 850 MHz | Até 2026 |
| 900 MHz | Após 2032 (exceto MG) |
| 1,9 / 2,1 GHz (FDD) | Até 2026 |
| 2,3 GHz | Até 2028 |
| 2,5 GHz (FDD) | Até 2028 |
| 2,5 GHz (TDD) | Até 2032 |
| 3,5 GHz (20 MHz) | Até 2032 |
| 4,9 GHz | Até 2032 |
| 6 GHz (6,425–7,125 MHz) | Até 2026 |
| 10,5 GHz | 2032 a 2036 |
| 26 GHz | Até 2032 |
| 1,5 GHz | Em estudo (médio prazo) |
| 1,8 GHz (FDD) | Em estudo (médio prazo) |
| 1,9 GHz (TDD) | Em estudo (médio prazo) |
6 GHz e TV 3.0
O Conselho Diretor já destinou a subfaixa de 6,425–7,125 GHz ao Serviço Móvel Pessoal (SMP) e determinou a elaboração do edital de licitação. A Anatel conduz estudos sobre convivência com o Wi-Fi — incluindo uso híbrido e mecanismos de acesso coordenado — e avalia liberar o segmento inferior (5,925–6,425 GHz) para uso outdoor. A área técnica propõe, contou Caram, que o leilão do espectro móvel em 6 GHz seja realizado com 3 lotes nacionais de 200 MHz e 1 regional de 100 MHz.
O plano confirma a destinação de três subfaixas à radiodifusão (231–237 MHz, 250–292 MHz e 345–363,5 MHz), possibilitando até 11 novos canais. A Anatel definirá regras de desocupação pelas aplicações existentes e critérios técnicos para uso futuro pela TV 3.0.
Conectividade direta via satélite e IoT em 900 MHz
A agência mantém o sandbox regulatório sobre conectividade direta satélite-dispositivo (D2D), com autorizações experimentais de até dois anos, e participa de discussões internacionais sobre o tema. Também avalia o uso da faixa de 915–928 MHz para IoT via satélite, atualmente ocupada por dispositivos de radiação restrita.
O plano propõe estudos para aplicação de IA na gestão dinâmica do espectro, simulações de refarming e análise de coexistência de serviços, como forma de ampliar a eficiência técnica e econômica do uso das radiofrequências.
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