O InvestRS, agência de desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, em parceria com a Secretaria da Inovação, Ciência e Tecnologia do RS (SICT) e a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação – Reginp, lançou o Book de Investimentos e Oportunidades em Inovação, que reúne cerca de R$ 7 bilhões em mais de 50 iniciativas em áreas estratégicas, como semicondutores, energia verde, alternativas de acesso ao capital e formação de talentos.
O documento posiciona o Rio Grande do Sul como um dos polos de tecnologia e inovação no Sul do país.
O anúncio foi feito durante o evento Criadores?de?Futuro, realizado em 20 de outubro de 2025 no Cubo/Itaú, em São Paulo — ocasião que marcou a apresentação nacional do portfólio, reunindo investidores, lideranças empresariais e representantes públicos.
Voltado para investidores, empresas e instituições de fomento, o documento apresenta mais de 50 oportunidades em setores como semicondutores, energia verde, venture capital, parques tecnológicos e formação de talentos. Ele inaugura uma forma estruturada de organizar e dar previsibilidade aos fluxos de investimento em inovação.
Segundo o governador do estado, Eduardo Leite, "o Rio Grande do Sul se consolida como espelho do que o Brasil precisa fazer: alinhar academia, setor produtivo e investimento de impacto. Nosso ecossistema de inovação vive momento de maturidade e expansão, e este portfólio mostra como estamos transformando potencial em realidade."
Para o presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, o movimento reforça a vocação do Estado como polo de desenvolvimento baseado em tecnologia, dados e sustentabilidade. Ele destaca que o ecossistema gaúcho reúne universidades, centros tecnológicos e indústrias de ponta, e que "já vivemos a transição da indústria tradicional para a economia baseada em inovação."
No âmbito dos semicondutores, a iniciativa reforça a posição do estado como agente central no cinturão tecnológico do Sul do Brasil — região que concentra infraestrutura de energia limpa, mão de obra qualificada e ambiente favorável à inovação. Metade das fábricas de semicondutores do país já está no estado, com novas instalações em Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre, envolvendo investimento estimado em R$ 1 bilhão até 2029 e geração de cerca de 1.000 empregos diretos.
Também no campo da energia e sustentabilidade, o Book destaca projetos como o da BeGreen (implantação de três plantas de amônia verde em Passo Fundo, Condor e Tio Hugo, com investimento estimado em R$ 150 milhões) e o do AeroCITI – Aero Centro Integrado de Tecnologia e Inovação, projeto da Aeromot em Guaíba que prevê R$ 500 milhões na primeira fase, totalizando mais de R$ 3 bilhões em etapas seguintes.
No campo do capital de risco e formação de talentos, o Book apresenta fundos com foco no Sul, como o Quartzo VC6 (US $100 milhões para deeptechs), além de bancos de fomento como Banco?Regional de Desenvolvimento?do Extremo Sul – BRDE e Badesul – Banco de Desenvolvimento do Estado do RS estruturando Fundos de Investimento em Participações (FIPs) com R$ 70 milhões até 2026 para startups gaúchas. A SICT-RS consolida o maior pacote integrado de fomento à inovação do país, com R$ 258 milhões distribuídos entre programas como RS Talentos, Professor do Amanhã e Doutor Empreendedor, voltados à formação de profissionais, apoio a startups e parques tecnológicos.
Complementarmente, o Book destaca parques científicos e tecnológicos que somam 300.000 m² de área disponível para instalação de empresas em 20 polos de inovação, com locações competitivas e infraestrutura de qualidade. Entre iniciativas complementares, o Fundo Amanhã, endowment da Universidade Federal do Rio Grande do Sul –UFRGS, projeta captação de R$ 5,1 milhões até 2027 para apoiar bolsas e pesquisa.
Do montante de R$ 7 bilhões mapeado no Book, cerca de R$ 3,7 bilhões já estão em projetos estruturantes, públicos e privados, consolidando o estado como referência nacional em tecnologia e transição energética. Estão entre os protagonistas as empresas Tellescom, Chipus, Aeromot, BeGreen, Quartzo, Badesul e BRDE.
Os responsáveis destacam que não se trata de intenções, mas de projetos concretos, com capital comprometido e impacto real. O portfólio é "uma vitrine para investidores que buscam negócios sustentáveis, competitivos e conectados às cadeias globais."